quarta-feira, 6 de julho de 2011

São Paulo

Vou deixar, a vida me levar
Aonde ela quiser...
Ao som dessa música foi a largada da maratona de São Paulo no dia 19 de Junho de 2011. Estava lá com Sandrinha, minha companheira “de rocha” de corrida. Fui lá para me despedir da cidade que aprendi a amar depois de quase 9 anos. Nada melhor do que me despedir fazendo o que adoro e o que para mim é a cara de São Paulo. Realmente vou sentir saudades de uma fase muito boa da minha vida.

Passamos pelo portal de mãos dadas, emocionadas, chorando e cantando (quer dizer gritando quase estéricas) nossa versão da música “Vou deixaaaaar, marido me levaaaaar, aonde ele quiseeeer...”
Nosso objetivo era os 25k. Meu primeiro longão depois de muito tempo e também uma motivação para começar a preparação para maratona de Frankfurt. Não, não estávamos preparadas. Já passavam 6 meses depois da minha última meia maratona e depois da minha cirurgia só tinha corrido até 10k. Sandrinha estava em recuperação de uma maratona e sem muito volume de treino. Sim, já tínhamos ouvido muuuuuito. Sabíamos de todos os risco. Não costumamos fazer loucuras como essa, mas era por uma boa causa. Queríamos nos divertir. Era essa nossa única meta.
Eu como sempre sai querendo disparar no início. Sandrinha como sempre ia me freiando: “-Geo, mais devagar!” e eu: “Ehnnn???!!! Ah, tá! Esqueci”. Sandrinha como sempre detonando nas subidas e eu como sempre sofreeeeendo para acompanhar... Fomos batendo papo o tempo inteirinho. Falamos da minha mudança, das nossas famílias, de problemas do trabalho, de objetivos futuros, da minha preparação para maratona, bla, bla, bla, bla, bla... Acho que as pessoas que passavam por nós se impressionavam de quanto falávamos. Contudo o dia estava lindo! Estávamos bem, estávamos relaxadas, curtindo a corrida.
E lado-a-lado o exemplo maior de opostos extremos: ariana X libriana, nordestina arretada X japonesa acelerada, impulsiva X ponderada, ansiosa X equilibrada, vara-pau-das-pernas-compridas X baixinha-das-canelas-grossas... De qualquer forma, algumas poucas coisitas temos em comum: determinação e talvez (lógico que não admitimos nuuuunca) um pouco (somente um pouquito) de com-pe-ti-ti-vi-da-de. Enquanto Sandrinha fala que para mim é mais fácil correr porque tenho pernas mais longas, falo que para ela é mais fácil correr porque ela carrega bem menos peso do que eu.
Na realidade apesar das diferenças ou talvez por causa delas somos amigas e companheiras de treino. Quando o assunto é motivação sabemos que sempre podemos contar uma com a outra. Mas quando o tema é competição sabemos que não podemos competir uma com a outra.

As vezes Sandrinha se voltava para mim me perguntando: “-Geo, se vc quiser parar me fala ok?” E eu quando a via mais vermelhinha aproveitava e trucava: “Sandrinha, cuidado para não machucar. Se quiser parar me avisa”. Depois de umas 3 rodadas das mesmas indagações, rimos bastante e concluímos que nenhuma das duas iria mesmo dar o braço a torcer. Pedir para parar? Não era da nossa natureza...  por isso somos “de rocha” mesmo, não é?!



(pena que a Sandrinha não apareceu direito na foto L)
Resolvemos então diminuir o ritmo e fazer somente a meia maratona para o estrago não ser tão grande. Logicamente uma meia maratona tem seu charme, melhor mesmo que um número quebrado como 25k. E como gostamos de charme e somos charmosas correndo, então vamos fazer a meia né? rs Também mais um pacto: nem sob tortura iríamos abrir o nosso tempo. Combinado? Combinadíssimo!
E fomos seguindo assim, conversando, cantando, curtindo, até a hora do sprint nos últimos metros para chegar à marca da meia maratona! Felizes da vida e cheias de planos para a nossa próxima corrida juntas. Quem sabe Berlin 2012?
Mas vou ficar aqui até que o dia amanheça
Vou esquecer de mim e você se puder não me esqueça...


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